quarta-feira, 31 de março de 2010

SAVANA GLACIAL

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"Talvez o momento ainda não seja propício pra assistir a um espetáculo que fala de relacionamento", pensei! Mesmo assim fui, encarei e percebi que estava completamente enganado! Ainda bem.
O texto da peça Savana Glacial é assinado por Jô Bilac, um jovem dramaturgo de quem estou aprendendo a ser fã cada vez que vou ao teatro. No elenco, dois amigos que dispensam apresentações: Renato Livera e Camila Gama (foto), que também são idealizadores do projeto, além de Andreza Bittencourt e Diogo Cardoso.
Lindo trabalho e muita sutileza pra representar um jogo de amor que se forma a partir da perda de memória constante de uma personagem. Verdade? Mentira? Realidade? Ficção? Tudo junto numa trama que usa e abusa das relações espaço-temporais e da composição psico-corporal dos personagens, pontuadas por um sincronizado jogo de iluminação e sonorização. Então, se tiver oportunidade, assista!
[CORTA]

24x19

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O título pode parecer estranho, mas quem me conhece sabe que 24x19 é um jargão comum pra falar de grandes viradas. Pra quem não pescou, eis uma breve explicação. Nas olimpíadas de Atenas em 2004, a seleção feminina de vôlei chegou a estar com esse exato placar no 4º set e precisava virar somente uma bola para chegar a grande final. O que aconteceu? Bola pra fora, bloqueio da Rússia, erros e mais erros...
Ontem assisti a final do BBB 10 e confesso que, embora inicialmente não tivesse problemas com Marcelo Dourado, torci pra que algo diferente acontecesse. Durante a semana, uma discussão acalorada tomou conta de muitos espaços que eu frequentei: li uma crônica de Jean Willis, ouvi alguns amigos, pensei sobre o assunto e ontem quando Pedro Bial anunciou o vencedor lembrei do tal jogo de 2004. Ironicamente, nesse caso, Dourado fez jus ao nome e subiu ao lugar mais alto do pódio com 60% dos votos, apesar de também ter mandado algumas bolas pra fora, de ter sido "bloqueado" pela opinião pública por expressar preconceito contra os gays e de ter cometido alguns erros a respeito das formas de contágio do HIV. Claro que não vou cair na armadilha comum de atirar pedras contra o Dourado, eis o meu 24x19, até porque conheço muita gente bacana que gosta dele por outros motivos. O que me chama atenção com essa vitória é o "fortalecimento" de algumas figuras a quem essa persona representa: bad boys homofóbicos ou ainda alguns personagens que vendem a imagem do não preconceito, mas que jamais aceitariam ter um filho gay, por exemplo. É desses que eu tenho medo!
Mas, se querer é poder, como diz a música do RPM, eis a decisão da maioria para eleição do "Grande Irmão do Brasil".
[CORTA]

quinta-feira, 18 de março de 2010

VOLTEI A CANTAR PORQUE SENTI SAUDADE!

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O título que remete a uma das canções do grande mestre Chico Buarque não é mera coincidência! Ele resume a falta que senti de estar aqui traduzindo as minhas emoções e impressões em palavras. Andei meio sumido, confesso, mas a data do último post diz muito sobre um tal conturbado segundo semestre de 2009 que vivi. Entre gastrites, crises emocionais e um (naquele momento) lastimável fim de casamento, não sobrou espaço para a poesia. Tudo era cinza, tudo era névoa, tudo era dor. Meu retorno pra cá, não podia ser só entre teclas e dedos... não sei fazer nada pela metade, não consigo, essa é minha alma, que bom! Talvez por isso tenha sido tão difícil entender um fim, um vazio que - na verdade - sempre existiu e sempre existirá porque ele simplesmente não pode ser preenchido por nada e nem por ninguém. Essa é uma das dores e delícias da vida que podem e são, como diria o poeta, cantadas em sustenidos e bemois.
Enfim, tarde demais! O fato é que eu voltei a cantar porque senti saudade, mas não aquela saudade melancólica do que já passou. A saudade era de me ver de novo por aqui, por ali, por acolá, fazendo hora, fazendo fila, mambembe, cigano...
[CORTA]