domingo, 23 de dezembro de 2012

"UMAIA" POESÍA, O APENAS RELATOS DEL FIN DEL MUNDO


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No había carne, ni sangre, ni deseo
Sólo había el placer y alma de una buena compañia
El accidente de ruta, un encuentro inevitable
Te reconocí, ya nos habíamos visto antes por ahí
No estava sufriendo al decirte un nuevo adios
Todo estaba arreglado. Después de nuestro re encuentro, el mundo iba a acabar
Por suerte sobrevivimos al fin y todo no paso de un buen presagio
Hasta luego! Te abrazo, te digo feliz que sigas en paz, seguro de que nos encontraremos en otros mundos.
(Tradução: Calia Andrade)
[CORTA]

terça-feira, 7 de agosto de 2012

O DIA EM QUE O GIGANTE DEU LUGAR À CORAGEM


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Não... não era dia de medalha, nem de pódio, nem de glórias...! Também não era dia de festa, nem de bons presságios... Era dia de ter coragem... Era dia de enfrentar o gigante, o fantasma, o invencível, o velho conhecido! Estamos em pleno jogos olímpicos de Londres e, hoje, no torneio feminino de vôlei aconteceu um jogo que dispensa qualquer introdução: Brasil x Rússia. Há oito anos (Em Atenas), a seleção brasileira viu seu sonho de disputar uma final olímpica ser adiado pela seleção russa, um time um pouco diferente do que entrou em quadra hoje, mas com algumas peças chaves que ainda se mantêm no grupo. Naquela ocasião, tínhamos tudo para vencer o jogo e a competição, mas antes era preciso vencer tantos gigantes internos, que àquela seleção russa que não havia feito uma campanha lá das melhores, acabou surpreendendo (até a si própria, imagino). Uma tragédia grega, com o perdão do trocadilho!
Londres 2012... saio de casa na expectativa de um jogo no qual o Brasil tinha poucas chances. Vencer as gigantes era uma missão muito difícil. Elas vinham de cinco jogos, cinco vitórias... e a seleção brasileira graças a uma campanha muito irregular quase sequer chega à fase final. Ainda assim, segui firme na torcida, contendo a emoção à flor da pele, assistindo uma seleção aguerrida, corajosa, inédita até então. As russas tinham certeza da vitória, mas... por 3 sets a 2, o gigante foi ao chão, a garra venceu a prepotência, o pequeno se fez grande nessa tarde e, mesmo que a medalha de ouro não venha dessa vez, está registrado o troco... não de uma vingança clichê daquele 24x19 de Atenas... mas da importância de repensar as próprias utopias... de derrubar os gigantes internos e de aprender a reaprender as lições... mesmo que em algum momento nós a tenhamos ensinado a alguém! Rússia... o Brasil aprendeu! Nosso muito obrigado!
[CORTA]

quarta-feira, 4 de abril de 2012

LUGAR (IN)COMUM

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Mais uma vez chegou. Sentou-se na poltrona que já era confortavelmente sua, apertou um botão e por um frame de segundo se distraiu, ao contrário do que fazia todos os dias em anos robóticos que já não são mais cronológicos... nunca foram. Pensou. Não conhecia identidade. Já não era mais ele ou ela ou aquele... nunca fora. Entrou naquela época nesse lugar pra encontrar algum vestígio, alguma pista de quem poderia ser. Em vão, pelo menos até agora. Eficiente... isso não há de se negar! Basta que se vejam as evidências, registros, arquivos, fichas. O acordo era claro: não se poderia existir e em troca receberia alguns trocados e era preciso esperar por aquele trocados. Havia somente algumas possibilidades de identidade, àquelas que pagavam os tais trocados em troca de alguma coisa que lhes faltava, mas que lhes conferia àquele lugar. Egos em movimento, desejo, prazer e dor. Não. Não era uma parceria, isso não fazia parte daquele acordo... nunca fizera. A relação era direta. Aos que recebiam os tais trocados era de bom tom se apresentar em trajes finos, elegantes, maquiagem discreta, e uma boa dose de sangue nas veias, para que se pudesse sugar. Não havia voz. Nem gemido. Nem o que se ver ou pesquisar. Havia uma lista. Sim. Uma lista enorme do que se fazer... e quando se fazia aquilo, tudo se transformava no que não se fazer. O dito pelo não dito, e mesmo que se tenha ouvido o que foi dito, às vezes, se tornava conveniente não se ter ouvido. Parou. Respirou. Tomou uma boa dose e novamente voltou à poltrona de onde, aliás, nunca deveria ter saído... dizem... Lembrou-se da lista, e naquele dia, fechou as pernas como nunca antes! Fez todas as coisas que não estavam no acordo. Estava com vontade de fazer algo diferente. Viu sua obra. Viu pela primeira vez... talvez... um caminho para se encontrar. Logo foi novamente tomado pela lista, pela pressa, pelo palco, pelo público, pela urgência de dar. Abriu as pernas e, de acordo com o acordo, deixou-se penetrar... como sempre fizera. Já não sentia mais dor, nem medo, nem surpresa. Era lívido o sentimento. Atrasou. Perdeu-se. Chegou tarde em casa. Pensou. Tirou a roupa. Tomou um banho como sempre fizera. Ficou em silêncio. Esqueceu. Procurou esquecer de tudo aquilo... e de si também... como sempre fizera.
[CORTA]

segunda-feira, 12 de março de 2012

NÃO SE AFOBE NÃO... QUE NADA É PRA JÁ!

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Quem me conhece ou chegou aqui por acaso e prestou atenção em alguns ciclos cronometrados, pontuais, mecânicos... já deve ter reparado que não é muito difícil me fazer chorar, encontrar alguma peça solta em aparente desequilíbrio ou simplesmente rodar uma ferramenta e me deixar frouxo, entregue, incerto. Hoje não foi diferente... como era de se esperar. Fui assistir "A Invenção de Hugo Cabret" sem muitas expectativas... perfeito... acho que a vida seria tão melhor sem elas... mas ainda não consigo! Não plenamente. Sou muito sonhador pra isso... pago o preço... porque não é indolor a experiência do sentir, do esperar e do frustar. Mas só se frustra quem se entrega de alma, de cabeça, de corpo inteiro. Falava das expectativas porque ouvi alguns comentários sobre esse filme, mas nada muito arrebatador. Ganhei um ingresso de uma alma linda que, não por acaso, está sempre por perto pra dividir um bom desajuste ou uma boa dose de cerveja pra esquecer dele... e lá fui eu pro cinema. Saí de lá... com minha bagagem vazia... não de espírito... de matéria. Refleti sobre o incômodo da solidão e da dificuldade que temos em lidar com ela, crescer com ela... como a solidão machuca... como nós mesmos nos machucamos quando estamos a sós, conosco, no espelho. A construção da auto-imagem é quase como colocar a maquiagem pra um espetáculo que será breve, conquistará alguns espectadores, mas que está fadado ao esquecimento... ao abandono...  Termino e concordo com Chico (Buarque) na esperança de que sábios em vão tentem decifrar o eco dessas antigas palavras, fragmentos de cartas, poemas, mentiras,  retratos, vestígios de estranha civilização. À você que chegou até aqui meu caro escafandrista... deixo um bravo pela coragem... e o desejo que não se esqueça de mim quando chegar em terra firme!
[CORTA]

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

COMO SE FOR A BRINCADEIRA DE RODA...

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Se dissesse que nunca vivi tantas emoções seguidas... estaria mentindo! Também não vou cometer o exagero de dizer que todos os meus dias são emocionantes... mas já que a vida é essa tal experiência da qual ninguém vai sair vivo, o melhor é vivê-la intensamente, verdadeiramente, no suor dos corpos, na canção da vida... assim como na música de Elis.
No último fim de semana fui assistir ao espetáculo VAREKAI do Cirque de Soleil. Entre cores, formas e ruídos lembrei da tal experiência da vida muito bem representada no picadeiro. Não através da coragem ou do ego que predomina nos palcos, mas pela junção fascinante entre movimento e equilíbrio. Percorremos grande parte da vida buscando essas duas coisas... impossível? Talvez! O crescimento requer transformações tão duras, que as vezes é preciso rever as bases, as próprias estruturas... e como é difícil ficar na corda bamba! Acho que é por isso que os números do Cirque de Soleil fazem tanto sucesso. No geral... não estamos assim tão acostumados a ver o casamento perfeito entre o movimento acertado e o equilíbrio necessário... meta! ... pelo menos minha...
...mas ainda não acabou. Um dia depois, fui assistir ao novo show do Chico Buarque... me senti parte de uma espécie rara que respira pela pele. Isso mesmo: respiração cutânea, arrepio, êxtase! Tava tudo junto... uma explosão de alma que parecia ter encontrado uma metade, uma ilusão, uma lembrança, algum lugar de reconhecimento... sei lá!
O fato é que todos esses eventos fortaleceram essa busca por alguma coisa sutil, que abre os canais com o divino, com o metafísico, com o espelho. Quem sabe o caminho seja a tentativa de um belo número de equilíbrio em movimento embalado por uma linda canção... ainda que na corda bamba. Quem sabe...?
[CORTA]