quarta-feira, 4 de agosto de 2010

É PAU, É PEDRA... É O FIM DO CAMINHO?

[GRAVANDO]
Sakineh... 
Um dia já se chamou Joana, provavelmente já teve nome em russo, hebraico, português, egípcio, persa, mandarim. Tradução simbólica? Reencarnação? Que nada! A palavra aqui é INTOLERÂNCIA. Arrisco dizer que esse é um dos nossos principais temas (da humanidade). Quando estudei História, ficava super impressionado com episódios "exóticos" que me chegavam de culturas mais distantes. Por lá, fazíamos um trabalho de entender o contexto, a cultura e de analisar os fatos sem se perder pelos caminhos "preconceituosos" de um olhar pós-moderno-ocidental. Na época, quanto mais próximo o "evento", mais difícil de se alcançar isso... essa tentativa de isenção. Fato constatado! A possibilidade de uma mulher iraniana ser morta por apedrejamento, por ter cometido adultério, vem provar essa teoria. Fiquei sim impressionado com a notícia. Abri mão de todas as "balelas" teóricas que giram em torno de si mesmas e que (em muitos casos) alimentam cupins em biblioteca, e pensei no que realmente importa: a tolerância com a diferença, com o nosso semelhante. Nesse caso, nós (ocidentais) nem temos muitos motivos pra achar o "causo" exótico. Os apedrejamentos por aqui são constantes: estão na violência urbana, nas mulheres agredidas pelos maridos, nas crianças vítimas de maus tratos, nos "paus", "pedras", "armas de fogo" e "matagais" que - para muitas pessoas - infelizmente representaram o "fim do caminho terreno". De minha inevitável matrix, enxergo uma possibilidade: o exercício de olhar pra dentro e, em cada situação, se colocar no lugar do outro. Imaginar como se sentiria se estivesse passando por determinada situação em outra posição no tabuleiro de xadrez. Difícil tarefa... seria preciso desconstruir tanta coisa que o resultado seria o medo. Não do "outro", não da "diferença", não do "exótico". Medo do EU, medo do espelho, medo do temerável "vilão" que teimamos esconder de nós mesmos...
[CORTA]

Um comentário:

Domênica Mantel disse...

certa vez uma mestra me ensinou que o verdadeiro amor é aquele que ama nos moldes do outro. A questão não é desconstruir uma imagem para torná-la uma cópia mal feita do nosso ideal. É aceitar as individualidades. "Qdo" e "se" a humanidade chegar a esse ponto,teremos realmente aprendido alguma coisa.Beijo, Vinyl!!