segunda-feira, 12 de julho de 2010

O TAL OUTRO LADO DA HISTÓRIA

[GRAVANDO]
"Não..." essa definitivamente "não" é mais uma crônica futebolística. O que é? "Não" sei dizer... Se alguém descobrir no meio do caminho, por favor, avise. Pensando bem, "tevez" seja sim sobre futebol. Ops, ato falho! Ando com meu portunhol um tanto afiado esses tempos. O lance é o seguinte: enquanto a jabulani ainda rolava na África do Sul, embarquei pra Argentina. "Não..." (perdoa tantas negativas, mas elas ainda são necessárias) "não" estava me rebelando contra o Dunga, nem fazendo uma espécie de tour pelos possíveis ganhadores do mundial. Ainda bem que não... Bastou pisar em solo argentino pra notar que o destino deles tinha sido o mesmo da seleção brasileira. Pensando bem, acho que "não" foi bem assim. O que vi foi diferente do que se pinta e borda no Brasil com relação a eles. Vi um povo satisfeito com a campanha que a "equipo" realizou, respeitoso "não" só com a derrota argentina mas também com a "não" menos importante vitória da Alemanha, que fez um jogo fabuloso (dizem...). Se "não" me falha a memória que, futebolisticamente falando costuma ser péssima, o último título da Argentina em mundiais foi em 1986, mesmo ano em que ganhei a vida como prêmio. Prêmio? "não"! Prefiro dizer "empezo" de muitas dolorosas copas que ainda viriam. Como diria o (cala boca) Galvão: haja coração!!! Intimidades a parte, a tal "bicampeona" Argentina me surpreendeu com seu espírito esportivo e com a recepção calorosa à equipe, mesmo amargando 24 anos sem o tal "importante" grito de É CAMPEÃO. Uma situação bem diferente "não" só do que muitos brasileiros vendem como imagem dos hermanos, mas também da própria postura de muitos (talvez poucos, não sei) com relação a campanha brasileira na copa. Uma situação simples, que me fez lembrar um vídeo que assisti graças à amiga Carlinha Damasceno, que falava sobre a importância (essa sim verdadeiramente importante) de buscar sempre o outro lado da história, de não se contentar com o que é sabido, com o que é contado sobre algo. Depois de o assistir, passei "não" só a refletir mais sobre a diferença no outro, mas principalmente a respeitar a minha inexperiência em tantas coisas, das quais ainda somente conheço um lado (ou meio talvez). Sei que ando meio estremecido com "freddo" (ops, outra falha, esse, um delicioso sorvete que tomei na Argentina), queria dizer Freud e sua observação sobre a projeção que fazemos no outro baseados numa característica que, na verdade, é nossa. Te cuida Brasil! Saber respeitar uma perda e aprender com ela é, sem dúvida, uma belíssima medalha de ouro com direito a choro glorioso no pódio, mas essa aí - segundo Los Hermanos (não os argentinos, os brasileiros mesmo) - é mérito pessoal dos vencedores, os que são humanos, os que erram, os que são de verdade, de carne e osso!  
[CORTA]

4 comentários:

alessandra disse...

ishh... isso ja rendeu muitos papos em mesas portenhas de bar... mas estamos no caminho, tentando acertar e aprendendo a errar. vamos juntos!

beijo, mi argentinito!

Domênica Mantel disse...

Enxergar o outro é um exercício eterno. E essa rixa só reforça isso.
Viva a Argentina. Viva o novo e o diferente. Engraçada nossa sintonia. Dá uma olhada no blog que vc vai entender. Sorte que eu só li o seu texto hoje.

Domênica Mantel disse...

(cont...)hahah.Bela reflexão. Adorei. Beijoo

Vinicius Dias disse...

Sintonia fina de almas delicadas.
Amo você!