segunda-feira, 19 de abril de 2010

UM LUGAR CHAMADO... "HAMELIN"

[GRAVANDO]
Ultimamente os mais próximos tem visto um fenômeno acontecer comigo. Uma paixão pela psicanálise que nem mesmo Freud é capaz de explicar a origem. Ontem estive no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, para assistir ao badalado espetáculo "Hamelin". Motivos não faltaram para estar lá: boa companhia, texto adaptado, elenco afinado e assunto ligado a mente humana.
Confesso que o texto de teatro é um desafio pra mim. Minha formação em cinema e minha experiência em TV talvez tenham criado uma relação de espaço e tempo na minha cabeça que a experiência teatral desconstroi pela impossibilidade do corte. Aliás, em se tratando de Hamelin, qualquer corte pode ser decisivo. A peça fala sobre uma suposta rede de pedofilia liderada por um respeitado membro da sociedade, mas como pano de fundo, traz à tona a difícil relação entre pais e filhos. Monteiro - investigador do caso - parece muito convicto em solucionar o quebra-cabeças, mas por outro lado apresenta uma dificuldade terrível em lidar com os crescentes problemas de seu filho. Se mostra um pai ausente e um marido desinteressado. Uma história comum? Que nada! E se tudo não passar da fantasia da única criança que depõe contra o acusado? E se o acusado realmente tem culpa no cartório? E se tudo se resumir à vaidade de Monteiro em possivelmente solucionar um grande caso? Enfim! O autor coloca o controle remoto nas mãos do espectador. O final é pessoal e intransferível. Parabéns pra toda equipe por esse trabalho!
[CORTA]

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